terça-feira, 14 de maio de 2013

Pescando no Pantanal

Eu com um exemplar de Jaú e nosso barqueiro Pisca 


O Pantanal Mato-Grossense por si só já é  fascinante, agora imagine passar três dias pescando naqueles rios onde a poluição ainda não chegou. Não existe tranquilidade maior do que levantar as quatro da manhã para que as cinco horas, com café tomado partir em uma combi com o motor batendo biela e com os pneus que pareciam estar rodando no aro puro, em uma estrada de chão batido, que o que mais se fazia era comer poeira.
O canto do sabia já se fazia ouvir.

A velha combi barulhenta de rodado no ferro puro
No Pantanal parece que tudo é permitido, até mesmo menor de idade, mas menor de idade mesmo, dirigir veículo automotor. O motorista que nos levava com a combi batendo lata e sem ar-condicionado, tinha 17 anos e nos dizia que dirigia desde os 14 anos naquelas estradas empoeirada. 
Barqueiros a postos. Todos os barqueiros que se prestam tem apelido para facilitar. Aquele barqueiro que não tem um apelido interessante é mau barqueiro. O pescador que escolher um barqueiro que se  chame Geraldo, ou Gerson, dificilmente terá uma safra de grandes espécies, diferente daquele que tem como barqueiro um chamado de "Pisca", ou de "Filé" ou um "Lambari" ou mesmo de "Negro". Assim eles se chamam e assim eles são respeitados. Por seus apelidos.
Nosso barqueiro se chamava "Pisca" nem sei porque e tão pouco quis saber. Nosso barqueiro tinha histórias para nos contar, tinha sangue de boliviano como a maioria deles.
O Barqueiro Pisca

Barqueiro Pisca 
O Pisca não tomava cerveja e nem pinga como os demais barqueiros. Não que ele não gostasse de beber,uma latinha de cerveja paga pelos pescadores, mas sim por recomendação médica, ele há menos de um mês tinha caido da moto que o levava todos os dias ao trabalho. Trabalho de orientar a centenas de pescadores que buscam no Rio Paraguai ou no Rio Mirando o maior peixe e dele fazer seu troféu. dele fazer seu prêmio para selar a pescaria como se fosse um troféu de ouro que ficará exposto na melhor parte da casa e admirado por todos os vizinhos da cidadezinha do interior do Paraná, de Santa Catarina ou do Rio Grande do Sul. O pai do Pisca também nasceu no Pantanal e conta ele que o pai pescou muito Jacaré nos anos 60. A pesca de Jacaré tem muita história, nos dizia o Pisca. Pois naqueles tempos os grandes grileiros contratavam os pescadores para caçarem Jacaré. A caça ia sendo armazenada no meio da Floresta e quando tivesse uma quantidade suficiente de peles, em vez de pagar o pescador, os capangas dos grileiros matavam o pescador e carregavam as peles para ser comercializadas.
O Céu e seu Auroral na madrugada do Pantanal é um espetáculo que encanta a todos todas as manhãs
Barqueiros preparando seu barcos
Safári Fotográfico
Não sei se o fato de estar no meio do Pantanal, a mais de 300 quilômetros de Campo Grande, fazia de nossa situação mais ou menos insólita da dos que buscam da natureza selvagem do sul-africano o melhor momento, o melhor ângulo para um safári fotográfico. Não sei. Sei que tanto a Aurora como o Por do Sol são duas belezas que contaminam o turista. Pescar no Pantanal passa ser uma desculpa que nos motiva em busca da melhor imagem para que seja registrada em nossa Nikon D-3000. Passeios de observação de natureza selvagem ainda engatinham no Brasil diferente do que ocorre em Botsuana na Africa, onde safáris são a segunda fonte de renda nacional, em Uganda também, mesmo girando só em torno de um animal: o gorila. E o Brasil tão grande, de tão rica fauna. ainda por cima, vivem aqui mais da metade de todos os exemplares do maior felino das Américas: a onça pintada. Era a maior queixa do Pisca, que nos dizia: no meses de setembro e outubro são os meses onde se vê a maioria dos animais. A Onça Pintada vem tomar água no rio, os Jacarés são em grandes quantidades. Macacos e Bugios passeiam pelas árvores querendo ser fotografados pelo turista do Safári Fotográfico.

Pousada Curipira
As pousadas no Pantanal apresentam toda a estrutura para seus hospedes. Na Pousada Curipira em Albuquerque, nesta época do ano tinha mais de 40 pescadores vindos do interior dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Sai um entra outro. As camionetes potentes com cabine dupla e caixas preparadas para o transporte de peixes saem de madrugada para aproveitarem que os Policias Florestais, muitas vezes não estão nos postos para fiscalizarem a quantidade de peixe e se eles se encontram na medida. Chegando a Pousada, o pescador é recebido com rabo de jacaré à milanesa e um churrasco preparado pelo barqueiro mais experiente da pousada. Numa das noites a turma do Paraná que estavam em 17 pessoas, entre eles um ex-prefeito do município de Mandaguari por duas vezes, que com seus 78 anos ainda liderava o grupo que tinha dois irmãos fazendeiros, um empresário do ramo de laticínios, um pastor evangélico o contador e familiares destes. A vida na pousada é como contam todas as pessoas, 
Estrutura da Pousada Curup
o pescador sempre perde a fisgada do maior peixe. A linha arrentou quando quase estava tirando d'água um pintado com mais 40 quilos. 
E assim passa a noite na pousada com uma caixa de som tocando música sertaneja a toda altura. Todos bem alimentados e com a cabeça cheia de trago, cada um busca seu aposento para no dia seguinte novamente iniciar a busca do maior peixe para ser mostrado aos demais que morrem de inveja um do outro.

Um Por do Sol tão encantador quando a Auroa
O tempo se prepara para a chuva que não vem

Da esquerda para direita: Zezinho e Farid na frente. Marco Peter, Pedro Serafim de braços erguidos, Ezio Maeda, Paulo Fragiorgi, Osvaldo Peter e Dirceo Stona
A pescaria terminou. Uns foram de Van com o seu Valentim, um motorista simpático e gente boa, até Corumbá para pegar o voo que não veio, o que nos obrigou contratar o seu Valetim para nos levar até Campo Grande, com sua Van que corria a mais de 160 km/h para que não perdêssemos o voo para São Paulo e Porto Alegre. Seu Valentim mostrou suas qualidades de motorista hábil e cuidadoso. Chegamos no horário que tínhamos de chegar. Até a próxima companheiros,
 


domingo, 7 de abril de 2013

A Vida Após a Morte

Interessante como as pessoas mais velhas, aos atingirem uma determinada idade passam pensar na morte.

Faz horas que minha mãe, que já chegou aos 83 anos, tem falado neste assunto constantemente e por isso mesmo, tenho dito a ela para que fique quieta no seu lugar e não tente furar fila, existem outras pessoas com mais prioridade do que ela.

Tenho também comentado com amigos, que considero a religião uma coisa que conforta às pessoas que nela crê e acreditam na vida após a morte, coisa que eu com meu ceticismo prego ao contrário.

O catolicismo, como bem diz a palavra, um conjunto dos dogmas, preceitos e rituais da Igreja Católica, com seus princípios morais de uma crença milenar, para explicar uma coisa que não sabia explicar e que faltavam provas para seus ensinamentos ao povo, passou a pregar a existência de uma outra vida após a morte, só que esta vida dividia-se em duas situações, o Bem e o Mal, o Céu e o Inferno, sim, isto agora porque há bem pouco tempo tinha uma situação intermediaria, o Purgatório.

O Purgatório para a Igreja Católica era uma especie de UTI-Intermediaria, onde ficavam se purificando as almas que, não merecendo o Inferno, não podiam, contudo, entrar no Céu sem expiarem a culpa. Nunca entendi bem esta culpa, ainda bem que o Purgatório foi excluído da lista, o que prova a sua não existência, ficando mais fácil trabalhar somente com o Céu e com o Inferno.

Crer em uma Vida Após a Morte, leva aos que nela crêem desejar a morte para assim deixar esta vida e da outra fazer parte.

Com esta conversa, tentei mostrar a minha mãe, que não existe Vida Após a Morte, logo que ela fique tranquila na dela. Devemos aproveitar tudo que podemos nesta vida, que é a única e este é o período que decorre desde o nosso nascimento até à morte, temos que ter um comportamento exemplar, para que nossos filhos, nosso netos e aqueles que dependem de nós, tome como correto e modelo de vida. Isto é a Vida Eterna, nossos ensinamentos nossos modelos.

Mas por outro lado tem aqules que, de uma maneira mais científica dizem assim:

Sem dúvida, um assunto que merece a atenção de todos nós que vivemos uma vida tão agitada e cheia de compromissos, que não nos permite pensar que exista algo tão real em algum outro lado da nossa existência ou do mundo em que vivemos

O Dr Eben Alexander, conta que “estava em cima de nuvens rosadas que contrastavam com um céu azul escuro. Acima dele, seres transparentes (nem anjos, nem pássaros, uma forma superior, segundo ele) cruzavam o céu. Ele sentia como se estivesse naquele lugar há muito tempo e não tinha nenhuma memória de sua vida aqui na Terra”.
O relato, que mais parece ser o de um religioso descrevendo uma vida espiritual, é na verdade, um pequeno trecho do livro do neurocirurgião americano Eben Alexander.

domingo, 14 de agosto de 2011

Ao meu pai no Dia dos Pais


Adianto que este texto pode ter erro gramatical, mas está impregnado de sentimento, pois levo um legado de emoção que derramo no papel e exponho aos seus olhos e assim procuro ser o arauto das famílias e independente de qualquer coisa que esteja acontecendo no lar, a regra é clara: Pais... amem seus filhos e, filhos amem seus pais;ele é o herói que transcende a alma. Esse é o meu segredo.
Rosildo Barcellos


Hoje Dia dos Pais, resolvi ter uma conversa com o meu, mesmo não estando ele mais entre nós. Quero ter uma conversa bem no coloquial. Fiorelo te direi algumas coisas e tu com certeza me dirás outras.

Hoje sou um homem com 60 anos e faz pouco mais de 10 anos que tu te foste.

Hoje tenho 60 anos quando tu terias 91, pasme Fiorelo, os cientistas dizem que já nasceu quem vai viver os 150 anos.

És de uma época que fumar era bonito, era um símbolo de galã e de homem bonito. Hoje os dias são outros. Fumar é feio, mas tem outras coisas que os dias de hoje consideram bonitas, mas que com certeza não te adaptarias com elas assim como eu não me adapto e tão pouco teu neto Filipe. Isto foi um paciente do meu amigo Dr. Quintanilha que disse a ele pela insistência em recomendar que não mais fumasse.

Fiorelo, lembrar de ti é lembrar-me da minha infância, do guri de calças curtas feitas por ti com todo o carinho. É lembrar-me da minha adolescência, da primeira vez que fomos a Jaguari e da queda que tive da bicicleta de duas rodas que me deste. Queda que serviu para que eu aprendesse que durante minha vida eu teria tantas outras quedas bem maiores mas que sabiamente me ensinavas a suportá-las e delas me levantar.

Lembrar dos passeios feitos, eu de terno e gravata como um homezinho onde todos os domingos levava-me à missas que o Pe Nelson rezava na Igreja Matriz. Lembrar das festas na praça, da sorveteria, da pipoca. É recordá-lo feliz ao nosso lado. Meu pai.

Fiorelo, lembrar de ti é lembrar-me das férias, que naquela época não se chamavam férias, mas eram as férias. Das viagens que fazíamos no trem da meia noite que ia de Jaguari a São Pedro do Sul passando pela Mata onde íamos visitar o vô João Arboiite. Isto nós fazíamos mais de uma vez ao ano. Era tão bom, como tão bom é lembrar-se das visitas que fazíamos na casa dos parentes e do padrinho Campanhol, como também dos que recebíamos em nossa casa. Lembrar de ti Fiorelo, é lembrar-me dos brinquedos que ganhei, do Circo que curti com o Palhaço Picolé e o Globo da Morte. DoTeatro Robatini no fundo de nossa casa.

Pai, lembrar de ti é lembrar-me de minha saída do Ginásio Tiarajú de São Sepé e minha vinda para Porto Alegre para cursar o científico como se dizia naquela época, e com isso dar o adeus definitivo à infância, à adolescência e ao aconchego do nosso chalé de madeira pintado de amarelo. É lembrar-me de tua vida junto a mim em todos os momentos. É lembrar-me de tua alegria no nascimento de meus filhos.

O senhor nunca desistiu de me ensinar o bem. Insistiu com amor, com energia, através de exemplos. Pai, tu me presenteou com a virtude do equilíbrio, com a construção da Paz. O senhor foi um esteio moral na minha vida, um homem temente a Deus e cultivador dos bons costumes, os quais eu procurei seguir com honradez e passar aos teus netos, meus filhos.

Mas hoje ao acordar me chamou a atenção e me marcou muito uma mensagem no Facebook , onde o menino dizia que estava observando o pai dele assim como eu te observei a minha vida toda, para copiar as coisas boas que tu fez, como tu tratou aos as pessoas, de como tratou a mim, minha mãe e aos meus irmãos. O modo como tu viveu teve um grande impacto na minha vida, pois me ajudou a trilhar o meu caminho nas escolhas que eu tive que fazer. Segui teus caminhos na ética do trabalho, pois o tempo que esteve agarrando minha mão me fez com que eu viesse me sentir mais confiante para enfrentar a vida, na qual tive momentos em que lutei contra Demônios e feras que atormentaram, e os venci por ter tido teus ensinamentos para vencê-los.

Lembrar de ti Fiorelo, é lembrar aquela conversa que tivemos quando tu vieste do hospital e as gurias lá de casa te pediam para ti não fumar mais. Lembras que na calçada tu me perguntaste do que eu achava, se tu devias ou não parar de fumar?

Pois é meu pai, eu disse que achava que devias continuar fumando, porque naquela hora eu já estava sabendo que tinhas poucos meses de vida e porque não te queria ver sofrendo com a abstinência do cigarro.

Lembrar de ti é muito bom e aproveito este espaço para inserir coisas que hoje me fez muito bem:

- Quando ainda eu dormia, recebo um telefonema da Priscila. Tu pai, nem vai acreditar. Ela não é mais aquela lourinha que corria na calçada de braços aberto para te abraçar. Não. Ela hoje cresceu e está em Londres de onde me telefonou dando os parabéns pelo meu dia, nosso dia.

- A Deborah escreveu no Facebook: Se o teu pai é o teu herói, deixa que toda a gente saiba que tu tens orgulho dele.. Se tens um pai que lutou e que nunca baixou os braços, que sempre fez tudo por ti e para ti, apesar das dificuldades da vida....... Se tens um pai como o meu, se podes sair à rua... e dizer com a cabeça bem erguida... e gritar " ESTE É O MEU PAI "...........faz uma cópia e cola no teu mural!
TE AMO MEU PAI

- O Filipe pai, tu nem acredita, cresceu e como eu fazia contigo hoje ele faz comigo, usa meu aparelho de barbear e faz churrasco quase que nem tu. Foi quem assou a carne para nosso churrasco de hoje ao meio dia. Canto para ele as vezes aquela musica do Cesar Passarinho “O Guri”, onde diz: Das roupas velhas do pai queria que a mãe fizesse
Uma mala de garupa e uma bombacha e me desse Pra que digam quando eu passe sai igualzito ao p..i

Veja Fiorelo, que mesmo não estando mais entre nós todos nós te honramos e sempre nos lembramos de ti e do livro “Em nome do pai” do Afifi Neto

Fiquei para sempre com este ar de guri desconsolado
A olhar, a olhar o terreno baldio
Donde o circo partiu um dia antes...
(Afif Jorge Simões Filho)


Porto Alegre, 13 de agosto de 2011

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Bruna Surfistinha - O Filme

Fui ao cinema com o firme propósito de no final da seção escrever um post sobre o sucesso que o filme de Marcus Baldini vem fazendo ao contar uma história picante e venenosa sobre a mais famosa "Garota de Programa" do Brasil, que teve coragem de expor ao mundo sua passagem pela prostituição através de mais de 300 mil exemplares de livros vendidos. O Doce Veneno do Escorpião.

Queria dizer, quanto eu estava pensando em escrever o post sobre o filme, que muitas mulheres na fila do cinema sonhavam em um dia também, colocarem para fora a Bruna que tem latente dentro delas;

Queria dizer, quando eu pensava em escrever o post sobre o filme, que muitas meninas que ocupavam as confortáveis cadeiras do cinema, no fundo no fundo, estavam ali para ver como poderiam também se tornar uma mulher famosa, transformando o sexo do prazer carnal com os coleguinhas da escola, amigos do condomínio, em o sexo do lucro, do dinheiro, das jóias, das roupas bonitas;

Queria dizer, quando eu pensava em escrever o post sobre o filme, que muitas mulheres com seus maridos na fila do cinema, sonharam um dia em ser uma garota de programa, nem que fosse para fazer desforra para seus homens que um dia também o trocaram por outra mulher em piores condições que a delas. Não sei se por vingança ou pelo veneno do escorpião.

Começa o Filme. Senas de sexo tomam conta da telona. Mulheres feias desfilam no bordel de uma maneira deprimente. Chocante como em todos os bordeis. Larissa, Jaine, Gabi e Mel, não importa o nome de guerra daquelas mulheres. É assim em todos eles. Conheci vários bordéis e todos que conheci, eram assim. Pobres mulheres, coitadas, jogadas ali como mercadorias baratas onde o ganho monetário dos 60 minutos através da pele com pele sem olhar com quem, era para cafetina.

Nas cadeiras do cinema prevalece o silêncio do escurinho. Pessoas tentam se acomodar melhor em suas poltronas. Tem uma coisa que está incomodando aquela gente. O filme. A realidade. A tristeza de ver uma mulher contar que tem que fazer programa para sustentar o filho que está doente, ou um pai ou mesmo uma mãe desempregada. Agora a coisa está mudando e muitas das mulheres que entraram pensando em um dia se tornarem Brunas, já não pensam mais. Sexo e mais sexo. Senas que muitas já fizeram com seus homens entre quatro paredes, agora demonstram certo nojo em ver Bruna custir na pia. E todo mundo se retorce nas poltronas. 

Conheci muitos cabarés, bordeis, ou mesmo putedos por este Brasil a fora e confesso a vocês que 95% deles são como o prive, onde Bruna Surfistinha escolheu para sua iniciação como puta. Naquela espelunca as garotas moram e recebem seus clientes. Naquela espelunca como tantas outras desse "brasilzão"  é onde rola o tóxico barato, os roubos e as traições entre elas, pois não existem leis, somente o dinheiro é que prevalece. Esta foi a parte mais deprimente, no  início  do filme, depois foi só festa.

Sai do cinema e prometi para mim mesmo que não iria escrever sobre o filme, que como obra de arte está maravilhoso. Não queria escrever sobre aquela Raquel que foi ridicularizada na Escola por seus colegas, e como se diz no popular "por aqueles filhinhos de papais".

Sai do cinema e disse que não escreveria sobre o conflito de família vivido por uma menina de classe média que sem ter onde ir, sem ter um braço amigo se torna a garota de programa, a mais famosa Garota de Programa. Janine, Carol nomes de puta é a triste realidade de todas. Elas falam a verdade. Elas falam o que realmente acontece nestes locais onde o homem se sente grande por mais humilde que seja. Onde o homem se sente o mais bonito, mesmo que não tenha mais dentes. Onde os homens se sentem os tais perante a fêmea meiga e carinhosa esperando uns trocados de tostão para gastar com o outro que mais lhe atrai.

Faz sucesso na Zona de Meretrício aquela mulher que goza, ou melhor, finge que goza. Todos os homens, o que mais sonham na vida é fazer uma puta gozar. Todos os homens querem ouvir da puta que ele é o melhor, que ele foi o único homem que um dia fez ela gozar. Assim o dia está ganho e para este tipo de homem este é seu maior troféu. Isto lhe dará prazer ao contar aos amigos. Não adianta ele ouvir isso de sua parceira. Que experiência tem ela para dizer isso? Ele quer ouvir da puta. Ele quer ouvir que com seu membro avantajado - que as vezes nem tanto - machucou-a toda. Isto dá prazer para o bobo.

Diferente faz um amigo meu que diz para elas:

- Olha!!! se gozar eu não pago, porque aqui só quem pode gozar sou eu que estou pagando.

Sai do cinema e disse que não escreveria sobre o sonho de todos os "Huldson" da vida de ser o gostosão e tirar a mulher da prostituição.

E foi assim que me peguei escrevendo e dizendo que de ingênua e desajeitada, Bruna se torna a garota de programa mais disputada do lugar onde mora e que é a garota de programa que mais ganhou dinheiro.


Comentários:

1) - Bah Dirceuzinho ...
          Normalmente não gosto de filme nacional, pois quase sempre o som  é estridente e o    
          áudio não acompanha o vídeo, parece que estou assistindo aos velhos filmes do
          Mazzaropi no fantástico Cine Theatro Ideal de Jaguary.
          Mas vou ter de assistir, senão não vou poder avaliar contigo ....
          z.

2) - Stona,
 
         Tentei postar um comentário - um pouco moralista - não sei se consegui...
 
         Acho ela um tesão... Vou ver o filme!
 
         Areijo,
 
         Fausto

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pobre do Guma

Guma sempre foi um cachorro valente, nunca se assustou com o tamanho dos outros cachorros. Ganhou um apelido até certo ponto pejorativo, mas também, o que fazer se ele foi educado para ser assim. Guma era chamado de "mau elemento".

O Bolinha, que vinha ser irmão do Guma por parte de mãe, nutria por ele um carinho à distância, tanto que ontem, quando a noite estava escura, a lua não iluminava mais as folhas murchas das árvores, o encontrei chorando pelos cantos do pátio a falta do irmão.


Coisas do amor!


Quem estava com a morte predestinada na verdade era o Bolinha e dada a esta situação, tratei de encontrar uma companheira para que ele procriasse e deixasse no mundo filhotes que mais tarde viriam a ser tais quais ao pai.


Procurei em sites de relacionamentos canino. Procurei nos anúncios de jornais. Fui às Agropecuárias e perguntei se sabiam quem tivesse uma "cachorrinha", de preferência que fosse de uma pelagem  parecida com a do Bolinha, que é um dourado, uma cor fulva.


Encontrei a Melina, uma bela cadelinha meiga e carinhosa.

Logo ao chegar, chamou atenção dos dois vira-latas da casa. O Bolinha se valendo da posição de chefe da matilha foi se aproximando da fêmea como quem não queria nada. Em nenhum momento demonstrou uma atitude abertamente agressiva para com o caçula que se  mantinha distante, sem perder de vista aquela loirinha com olhos de cobiça, pois ele sempre sonhou em ter para si uma companheira daquele porte e estilo.

Estilo elegante. Esbelta era como se apresentava Melina neste primeiro momento, tanto que logo acedeu a chama do amor canino e do desejo carnal em todos os cães do Cantegril. O cão Preto do vizinho da frente, que sempre esnobou os dois lá de casa quando passava pela rua, pensou até em se tornar amigo do Bolinha e do Guma, a quem sempre, quando ele podia, os agredia, mas é claro, com uma maldosa segunda intenção, a de atrair o amor da jovem Melina. Guma e Bolinha se mantinham na sua, e foi ai que tudo aconteceu. Foi assim o triste fim do Guma - Pobre do Guma, morreu por se meter com a fêmea do chefe da matilha.


Não sei não, mas acho que Melina em um determinado momento, passeando pelos caminhos sinuosos do mato, jogou seu charme para cima do Guma, o que despertou nele uma esperança de passar o Bolinha pra trás, como tantas outras vezes o fez. Só que desta vez era ao contrário, ele não queria que o Bolinha fosse como foi para cima dos ouriços, e que devido a enorme quantidade de espinhos, 63 ao todo, uns pela boca, outros nas patas, o que culminou com uma internação do Bolinha no Hospital Veterinário.

Não, isso não, não era isso que ele queria, ele queria isso sim, aquela belezinha para ele, só para ele, como o homem quer a bela loira da praia, pois a Melina é como as mulheres, tem um pelo dourado assim como a loira que brônzea a pele deixando-a dourada para o encanto dos homens. Pobre Guma não sabia que na disputa do amor as coisas são diferentes e também o Bolinha não queira deixar por menos, a Melina era dele. A Melina foi trazida pelo Zé Roberto para ser sua companheira, ser a mãe de seus filhos em um acasalamento romântico como o que aconteceu em uma noite de lua cheia.


Coisas do amor. Pobre do Guma não sabendo quase nada desta matéria foi enfrentar o Bolinha. Este com toda sua força e poder o atacou. Rolaram entre pedras. Pescoço preso entre seus afiados dentes. Bolinha mordia na cabeça do Guma, mordia nas pernas, no corpo inteiro, até que o Guma se deu por derrotado. O sangue escorria pelo corpo e por onde ele passava deixava marcas avermelhadas pelo chão. Guma foi preso no canil para que não mais viesse atrapalhar o amor de Bolinha e Melina. 


Que remorso!


Fiquei com remorso por não ter dado à vítima uma assistência mais imediata, pois não dei a devida importância ao fato, já que ele foi sempre o mais rude, o mais crioulo, o mais pele grossa como se diz no interior. 


O pobrezinho quando foi buscado pelo veterinário, já estava condenado a morte. 


Pedi e implorei ao veterinário que fizesse de tudo para salvar a vida do Guma. Prometi acender uma vela ao Negrinho dos Pastoreio, que assim como o Guma era preto e foi mal tratado na infância. Prometi aos altos que conseguiria a ele uma cadelinha, loirinha também, se era esse seu desejo. Mas... o que fazer?.... Este foi o seu destino, não conseguiu chegar a ocupar o posto de chefe da matilha como sempre sonhou, pois tinha quase que certeza que o Bolinha morreria bem antes que ele e ai sim, tudo seria diferente.

Pobre do Guma morreu pelo amor de uma cadelinha loirinha como a bela da praia de Pinhal, deixando seu irmão Bolinha numa depressão tal, que foi obrigado a recorrer ao atendimento psicológico do veterinário que sempre lhe cuidou, para poder assim, manter um bom relacionamento com Melina, que hoje espera filhotes dele. Sucesso ao Novo Casal.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Happy New Year

Todos os anos nesta mesma época nossos computadores ficam lotados com mensagens referentes ao novo ano que se inicia. De três a quatro anos para cá uma nova prática passou fazer parte da rotina de datas festivas, as tais mensagens de SMS pelo celular, grande fonte de receita financeira para as já poderosas operadoras de telefonia celular.


Confesso que os amigos tem se empenhado em criar belos textos e animações com a ajuda da informática.

Não vou fugir a regra, pensei eu. Vou escrever uma mensagem que fale de Amor, fale de grandes amizades e fale de preocupações que temos com o próximo. Vou falar no que ouvi nas músicas e no que li nas revistas. Paro e penso de novo. Mas escrever sobre isto quando todos escrevem passa a ser um pouco de bobagem, passa a ser uma coisa meio que futurística, de adivinhação. é óbvio que todos desejamos aos nossos amigos que tenham um Excelente Ano de 2011, caso contrário não seríamos amigos.

É lógico que queremos que as pessoas que vivem em nossa volta tenham um ano cheio de novos amores, de amores redescobertos, de amores renovados. Mas será que eles querem isto que estamos desejando a eles? Por isso acho mesmo que devemos glorificar o que passou, o que fizemos de bom aos nosso amigos, devemos saudar a vida e olhar para trás e sentir orgulho do que fizemos.

Devemos viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora. Claro que a vida nos prega peça, que o bolo não cresce, o pneu fura, chove demais, perdemos pessoas que amamos, mas pense bem. Teria graça viver sem rir e dar boas gargalhadas, pelo menos uma vez ao dia?

Teria sentido estragar o nosso dia e do nosso próximo, por causa de uma discussão com nosso colega de trabalho por discordâncias na forma como pensamos as coisas?

Eu quero curtir a vida, e você?

O ano que esta terminando foi um ano bom e cheio de coisas que levaremos como recordação por muito tempo. Claro que tivemos problemas e desilusões, tivemos tristezas e perdas materiais e espirituais. Perdemos quem sabe, alguns amores, mas também encontramos outros, logo não foi tão ruim assim. Tudo muito normal.

O ano de 2011 não vai ser diferente, muda o século, o milênio, mas nós homens somos cheios de imperfeições, a natureza tem sua personalidade, que nem sempre é a que a gente deseja, mas, e ai? Fazer o quê? Acabar com o nosso dia? Com o nosso bom humor? Com as nossas esperanças?

Desejo para todos nós, sabedoria e que saibamos transformar tudo em uma "boa limonada" Vamos continuar chorando de dor, não importa, faz parte do nosso eu. Vamos nos lamentar de vez enquanto pela solidão, pela tristeza que teremos, isso também faz parte do ser humano, então porque não fazer?

Desejo a todos um olhar especial e que 2011 possa ser um ano especial e que entendemos as fragilidades que nos cercam e demos uma volta por cima disso tudo e 2011 vai ser o máximo, maravilhoso, lindo e muito especial, pois só depende de nós, de mim, de você, do meu do teu amor, da minha da tua amizade.

Que assim seja. Um brinde a todos

Família Stona do Brasil

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

De Pernas pro Ar

Ontem recebi um e-mail do Clube do Assinante Zero Hora me convidando para assistir no Cinemark do Shopping Bourbon Ipiranga em Porto Alegre, a Pré-Estréia do Filme “De Pernas pro Ar”, que tem estréia marcada para 31 de dezembro nos demais cinemas. “De Pernas pro Ar”, é uma comédia das boas, sobre a vida da mulher moderna e tem como protagonista a global e queridíssima Ingrid Guimarães no papel de Alice.

Todo o elenco do filme é de alta qualidade, nos faz rir do inicio ao fim.

A produção do filme é de Mariza Leão sob a direção de Roberto Santucci, que tem em seu currículo o primeiro longa Olé, rodado em 2000. Já em 2002, foi Bellini e a esfinge e em 2008 lança o terceiro longa, Alucinados, que ganhou o prêmio de melhor filme do I Festival Paulinea de Cinema.

Alice (Ingrid Guimarães), é uma mulher madura que representa pouco mais de 30 e poucos anos, casada com João (Bruno Garcia), mãe de um filho e muito bem-sucedida profissionalmente. Alice, como descreve a crítica é uma típica workaholic, que fez do trabalho o seu maior e único prazer.

Vida pessoal para Alice não existe: afetividade zero, libido zero, vida pessoal zero.

Tenho acompanhado Ingrid pelo Twitter @IngridGuimaraes, confesso que mesmo antes da estréia, já despertava curiosidade em mim e em toda a torcida do Corinthians.

Registro comentários e alguns post:

- “Para criar a Alice, busquei inspiração na minha vida e nas das minhas amigas. É uma mulher que tenta equilibrar tudo”, contou Ingrid.

- “Comédia é muito sério. Acredito em quem faz comédia séria, uma comédia humana”, concluiu.
- Oi gente me deixaram sortear mais ingressos pra pré estréia do de Pernas pro Ar em Goiânia. Afinal é a minha terrinha né? Vamos aos nomes
09/12/10 00:18

- Eu na casa de minha avó fofa em Goiania. Avó e dieta não combinam. Ela nem sabe o que é pão integral! Já pamonha e pão de queijo....
09/12/10 15:23

- Vou me arrumar pra pré do filme aqui em Goiania, família toda, amigos de infância, fãs. Emoção sempre!
09/12/10 19:14

- E pensar que minha avó vai me ver com um vibrador..
09/12/10 19:43

- Jack_fig “De Pernas pro Ar” com @ingridguimaraes muuuuuuuuito engraçado!!!!! E muuuuuito bem feito! Cinema Brasileiro nota 10! Estreia 31/12, não perca!
09/12/10 23:44
Retweeted by IngridGuimaraes

- Pergunta da minha avó depois da sessão do De Pernas pro Ar. “Este coelho tem pra vender”?
10/12/10 11:36

Hoje não parei de receber mensagens no meu Twitter @dirceostona de “followers” comentando:

- @Ensover disse CONCORDO plenamente o filme é Ahazo, e eu amei *.*, aliás – continua ele – acho que todos que assistiram amaram o filme. @IngridGuimaraes Ahazo no filme de pernas pro ar! Muito showw! Parabéns pelo belo trabalho ao lado de Ana Paula;D amei a pré Estréia :D

O enredo do filme é muito bem bolado, pois se faltam afetividade e sexo na vida de Alice, sobra para Marcela (Maria Paula) a vizinha moderna proprietária da loja sex shop que é uma verdadeira expert no assunto. Marcela sabe tudo quando o tema é a busca do prazer, tem idéias incríveis, mas está sempre tentando sair do “vermelho”, que aliás, termina sendo ajudada por Alice uma especialista em marketing, que prova na prática a teoria de que para se ter sucesso em vendas antes de tudo precisa-se conhecer muito bem o que se vende.

Quanto a vida afetiva de Alice, se ela tivesse antes lido o livro da Martha Medeiros “fora de mim” Editora Objetiva, não teria ela passado por todas aquelas enrascadas ...[...] Eu sabia que terminaríamos, eu sabia que era uma viagem sem destino, sabia desde o início e não sabia, não sabia que doeria tanto, que era tanto, que era muito mais do que se pode saber, ninguém pode saber um amor, entender um amor, tanto que terminou sem muito discurso, foi uma noite em você quase pediu, me deixe.

Alice ficou surpresa ao escutar a voz de João ao telefone pedindo um tempo para que ela pudesse pensar neles dois. Continua Martha Medeiros...[...] Você não ligaria no dia seguinte, era domingo, fui até a cozinha lavar a louça, mas não havia louça para lavar, o combinado era jantarmos na noite anterior não jantamos, ninguém se alimentou, quanto tempo faz desde aquela noite, parece um século, foi ontem....[...] Guardei na gaveta aquela fotografia em que você estava de boné, parecia um garoto, me agarrando pela cintura, como fazia Paula e Julia, escrito na crônica de Rita Cassandra na Revista Alfa de dezembro...Quando eu penso nisso, me vem à cabeça um pudim caramelado gostoso, daqueles de vó. As mulheres são macias, doces, lisinhas, perfumadas, delicadas. A mão desliza pelas curvas do corpo.

Alice precisava ter vivido tudo isso e não ter ficado a vida toda trabalhando na fábrica de brinquedos, onde foi a gerente de marketing premiada por vender sonhos e não vender brinquedos, como dizia ela em seus cursos por ter lido o livro do professor Jeffrey Pfeffer - “Power: Why Some People Have It – And Others Don’t (Poder: Por que algumas pessoas têm – e outras não) Quando se trata de sucesso profissional, o poder não é opção; é o único caminho. Não há incompatibilidade entre deter poder e fazer carreira sem prejudicar ninguém.

Quando Alice foi promovida, bem que seu diretor o alertou de que os últimos três Gerentes que o antecederam, tinham se separado. Ela só falta dizer ao Diretor que: Estou bem casada. Bem na fita. Bem consciente por ter escolhido João. Era com ele que ela queria estar naquela hora para brindar a promoção. Era com ele que era queria ganhar dinheiro, viajar, construir castelos, fazer amor e sexo pra valer. Não era com o personal trainer, não era com o vizinho careca do apartamento de baixo do deles, que cozinha tão bem um camarão com alho e olho a ponto de espalhar aroma por todo o prédio. Não!! Alice não esperava ser trocada pela loira (Flavia Alessandra).

Sua vida parecia perfeita....

Perfeita?......

Com a vida pelo avesso.....

Ela só tinha uma saída.....Viver com prazer.