terça-feira, 14 de maio de 2013

Pescando no Pantanal

Eu com um exemplar de Jaú e nosso barqueiro Pisca 


O Pantanal Mato-Grossense por si só já é  fascinante, agora imagine passar três dias pescando naqueles rios onde a poluição ainda não chegou. Não existe tranquilidade maior do que levantar as quatro da manhã para que as cinco horas, com café tomado partir em uma combi com o motor batendo biela e com os pneus que pareciam estar rodando no aro puro, em uma estrada de chão batido, que o que mais se fazia era comer poeira.
O canto do sabia já se fazia ouvir.

A velha combi barulhenta de rodado no ferro puro
No Pantanal parece que tudo é permitido, até mesmo menor de idade, mas menor de idade mesmo, dirigir veículo automotor. O motorista que nos levava com a combi batendo lata e sem ar-condicionado, tinha 17 anos e nos dizia que dirigia desde os 14 anos naquelas estradas empoeirada. 
Barqueiros a postos. Todos os barqueiros que se prestam tem apelido para facilitar. Aquele barqueiro que não tem um apelido interessante é mau barqueiro. O pescador que escolher um barqueiro que se  chame Geraldo, ou Gerson, dificilmente terá uma safra de grandes espécies, diferente daquele que tem como barqueiro um chamado de "Pisca", ou de "Filé" ou um "Lambari" ou mesmo de "Negro". Assim eles se chamam e assim eles são respeitados. Por seus apelidos.
Nosso barqueiro se chamava "Pisca" nem sei porque e tão pouco quis saber. Nosso barqueiro tinha histórias para nos contar, tinha sangue de boliviano como a maioria deles.
O Barqueiro Pisca

Barqueiro Pisca 
O Pisca não tomava cerveja e nem pinga como os demais barqueiros. Não que ele não gostasse de beber,uma latinha de cerveja paga pelos pescadores, mas sim por recomendação médica, ele há menos de um mês tinha caido da moto que o levava todos os dias ao trabalho. Trabalho de orientar a centenas de pescadores que buscam no Rio Paraguai ou no Rio Mirando o maior peixe e dele fazer seu troféu. dele fazer seu prêmio para selar a pescaria como se fosse um troféu de ouro que ficará exposto na melhor parte da casa e admirado por todos os vizinhos da cidadezinha do interior do Paraná, de Santa Catarina ou do Rio Grande do Sul. O pai do Pisca também nasceu no Pantanal e conta ele que o pai pescou muito Jacaré nos anos 60. A pesca de Jacaré tem muita história, nos dizia o Pisca. Pois naqueles tempos os grandes grileiros contratavam os pescadores para caçarem Jacaré. A caça ia sendo armazenada no meio da Floresta e quando tivesse uma quantidade suficiente de peles, em vez de pagar o pescador, os capangas dos grileiros matavam o pescador e carregavam as peles para ser comercializadas.
O Céu e seu Auroral na madrugada do Pantanal é um espetáculo que encanta a todos todas as manhãs
Barqueiros preparando seu barcos
Safári Fotográfico
Não sei se o fato de estar no meio do Pantanal, a mais de 300 quilômetros de Campo Grande, fazia de nossa situação mais ou menos insólita da dos que buscam da natureza selvagem do sul-africano o melhor momento, o melhor ângulo para um safári fotográfico. Não sei. Sei que tanto a Aurora como o Por do Sol são duas belezas que contaminam o turista. Pescar no Pantanal passa ser uma desculpa que nos motiva em busca da melhor imagem para que seja registrada em nossa Nikon D-3000. Passeios de observação de natureza selvagem ainda engatinham no Brasil diferente do que ocorre em Botsuana na Africa, onde safáris são a segunda fonte de renda nacional, em Uganda também, mesmo girando só em torno de um animal: o gorila. E o Brasil tão grande, de tão rica fauna. ainda por cima, vivem aqui mais da metade de todos os exemplares do maior felino das Américas: a onça pintada. Era a maior queixa do Pisca, que nos dizia: no meses de setembro e outubro são os meses onde se vê a maioria dos animais. A Onça Pintada vem tomar água no rio, os Jacarés são em grandes quantidades. Macacos e Bugios passeiam pelas árvores querendo ser fotografados pelo turista do Safári Fotográfico.

Pousada Curipira
As pousadas no Pantanal apresentam toda a estrutura para seus hospedes. Na Pousada Curipira em Albuquerque, nesta época do ano tinha mais de 40 pescadores vindos do interior dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Sai um entra outro. As camionetes potentes com cabine dupla e caixas preparadas para o transporte de peixes saem de madrugada para aproveitarem que os Policias Florestais, muitas vezes não estão nos postos para fiscalizarem a quantidade de peixe e se eles se encontram na medida. Chegando a Pousada, o pescador é recebido com rabo de jacaré à milanesa e um churrasco preparado pelo barqueiro mais experiente da pousada. Numa das noites a turma do Paraná que estavam em 17 pessoas, entre eles um ex-prefeito do município de Mandaguari por duas vezes, que com seus 78 anos ainda liderava o grupo que tinha dois irmãos fazendeiros, um empresário do ramo de laticínios, um pastor evangélico o contador e familiares destes. A vida na pousada é como contam todas as pessoas, 
Estrutura da Pousada Curup
o pescador sempre perde a fisgada do maior peixe. A linha arrentou quando quase estava tirando d'água um pintado com mais 40 quilos. 
E assim passa a noite na pousada com uma caixa de som tocando música sertaneja a toda altura. Todos bem alimentados e com a cabeça cheia de trago, cada um busca seu aposento para no dia seguinte novamente iniciar a busca do maior peixe para ser mostrado aos demais que morrem de inveja um do outro.

Um Por do Sol tão encantador quando a Auroa
O tempo se prepara para a chuva que não vem

Da esquerda para direita: Zezinho e Farid na frente. Marco Peter, Pedro Serafim de braços erguidos, Ezio Maeda, Paulo Fragiorgi, Osvaldo Peter e Dirceo Stona
A pescaria terminou. Uns foram de Van com o seu Valentim, um motorista simpático e gente boa, até Corumbá para pegar o voo que não veio, o que nos obrigou contratar o seu Valetim para nos levar até Campo Grande, com sua Van que corria a mais de 160 km/h para que não perdêssemos o voo para São Paulo e Porto Alegre. Seu Valentim mostrou suas qualidades de motorista hábil e cuidadoso. Chegamos no horário que tínhamos de chegar. Até a próxima companheiros,
 


domingo, 7 de abril de 2013

A Vida Após a Morte

Interessante como as pessoas mais velhas, aos atingirem uma determinada idade passam pensar na morte.

Faz horas que minha mãe, que já chegou aos 83 anos, tem falado neste assunto constantemente e por isso mesmo, tenho dito a ela para que fique quieta no seu lugar e não tente furar fila, existem outras pessoas com mais prioridade do que ela.

Tenho também comentado com amigos, que considero a religião uma coisa que conforta às pessoas que nela crê e acreditam na vida após a morte, coisa que eu com meu ceticismo prego ao contrário.

O catolicismo, como bem diz a palavra, um conjunto dos dogmas, preceitos e rituais da Igreja Católica, com seus princípios morais de uma crença milenar, para explicar uma coisa que não sabia explicar e que faltavam provas para seus ensinamentos ao povo, passou a pregar a existência de uma outra vida após a morte, só que esta vida dividia-se em duas situações, o Bem e o Mal, o Céu e o Inferno, sim, isto agora porque há bem pouco tempo tinha uma situação intermediaria, o Purgatório.

O Purgatório para a Igreja Católica era uma especie de UTI-Intermediaria, onde ficavam se purificando as almas que, não merecendo o Inferno, não podiam, contudo, entrar no Céu sem expiarem a culpa. Nunca entendi bem esta culpa, ainda bem que o Purgatório foi excluído da lista, o que prova a sua não existência, ficando mais fácil trabalhar somente com o Céu e com o Inferno.

Crer em uma Vida Após a Morte, leva aos que nela crêem desejar a morte para assim deixar esta vida e da outra fazer parte.

Com esta conversa, tentei mostrar a minha mãe, que não existe Vida Após a Morte, logo que ela fique tranquila na dela. Devemos aproveitar tudo que podemos nesta vida, que é a única e este é o período que decorre desde o nosso nascimento até à morte, temos que ter um comportamento exemplar, para que nossos filhos, nosso netos e aqueles que dependem de nós, tome como correto e modelo de vida. Isto é a Vida Eterna, nossos ensinamentos nossos modelos.

Mas por outro lado tem aqules que, de uma maneira mais científica dizem assim:

Sem dúvida, um assunto que merece a atenção de todos nós que vivemos uma vida tão agitada e cheia de compromissos, que não nos permite pensar que exista algo tão real em algum outro lado da nossa existência ou do mundo em que vivemos

O Dr Eben Alexander, conta que “estava em cima de nuvens rosadas que contrastavam com um céu azul escuro. Acima dele, seres transparentes (nem anjos, nem pássaros, uma forma superior, segundo ele) cruzavam o céu. Ele sentia como se estivesse naquele lugar há muito tempo e não tinha nenhuma memória de sua vida aqui na Terra”.
O relato, que mais parece ser o de um religioso descrevendo uma vida espiritual, é na verdade, um pequeno trecho do livro do neurocirurgião americano Eben Alexander.