“Sobre a Questão da Morte”, é o
título dado pelo Prof. Rafael Werner, para o Seminário Temático proposto por
ele no Curso de Filosofia do iMED.
Sempre disse que consigo lidar
muito bem com a morte, tendo ela, simplesmente como um fenômeno natural, pois a considero um
evento onde todos os seres vivos participarão, mesmo que eles não venham a ser
convidados ou mesmo sem que eles respondam ao convite RSVP “Répondez S’il Vous Plait”.
Por isso
mesmo, quando o tema foi proposto, interessei-me e coloquei em minha agenda
acadêmica como um curso obrigatório, seria nele, em um ambiente puramente
universitário que eu iria rever conceitos e estudar o pensamento de grandes
pensadores que discutiram e escreveram sobre a morte ao longo de mais de dois
mil anos.
“Além do Princípio do Prazer, de Sigmund Freud, foi o livro adotado e onde o autor expressa toda sua genialidade ao nos apresentar a pulsão da morte e a compulsão à repetição. A ideia de oposição de Eros que representa o instinto a vida, e Thánatos representando o impulso a morte, que estaria impregnando em todos nós. É o que Freud, sabiamente mistura a seus estudos sobre os sonhos introduzindo aos poucos o seu ponto de vista, que segundo ele, os sonhos são realizações de um desejo.
A pulsão da morte proposta no livro, é uma constante entre a vida e a morte, e é ela que assume o controle do aparelho psíquico. Freud evidencia que a pulsão de morte se opõe a pulsão de vida, onde esta tem uma natureza conservadora e é justamente essa a natureza dos impulsos que impelem, obrigam, à repetição e enquanto outros impulsos buscam uma nova configuração para vida.
Meu propósito neste post, não é tratar do que disse ou do que escreveu Freud ou mesmo Foucault em a “História da Loucura” onde ele diz: “Até a segunda metade do século XV, o tema da morte impera sozinho. O fim do homem, o fim dos tempos. O que domina a existência humana é este fim e esta ordem à qual ninguém escapa”, mas tratar da morte de três pessoas que este ano encerraram seu ciclo, parando de produzir eventos, de produzir fatos que ficam registrados nas recordações dos que com elas conviveram e nas fotos dos álbuns digitais, que pouco a pouco são revelados em acontecimentos que reúnam familiares, amigos e quem os conheceu. A morte interrompe a produção de novos fatos.
Busquei em Freud, Foucault só a confirmação do que a minha mente produziu em recordações nesse tempo e sobre o que senti quando fiquei sabendo sobre a morte da Iracema, (minha mãe de Santo como eu carinhosamente a chamava).
A Morte do Motta (my brother is crazy do grupo The Crasies) e a morte da Dona Ilda (minha amiga há mais de 30 anos), por isso que no livro “Além do Princípio de Prazer” diz Freud que “o fato de que tudo que é vivo morre – retorna ao inorgânico – por razões internas, somente podemos dizer que a meta de toda a vida é a morte e, retrocedendo, que o inanimado estava aí antes das coisas vivas”, nos leva a acreditar, que realmente só existe a vida porque existe a morte.
Esta é minha última escrita para Iracema. Mulher de personalidade forte, mulher que reunia em sua volta, muitos amigos e todos, sem exceção a queriam muito bem, todos a amavam.
Conheci a Iracema há muitos anos, não marco o tempo.
Conheci a Iracema em um momento entre a vida ou morte. Ela venceu a morte e me fez seu fã, seu admirador, seu amigo a quem passei a chamar de “minha mãe de santo”, mesmo sem eu ser de religião.
Muitas vezes tomei chá na casa dela, jantei, almocei e muitas vezes em hora de desespero pelas coisas que a vida nos apresenta, recorri a Iracema, “a minha mãe de santo Iracema”
Não acredito em morte, acho que ela faz parte da nossa vida, e a gente vive para sempre na memória daqueles que nos querem bem. Ela viverá sempre em minha vida e na vida de quem da minha vida fez a minha vida. Não se morre, encerremos um ciclo, paremos de produzir fatos, de sair em fotos, de dizer e contar histórias. Paremos. Iracema parou de ler as cartas e de trabalhar em seu terreiro, mas ficou na história.
Um beijo, querida Lisiane Santos. Um beijo “Preta” como chamo também carinhosamente a Denira Costa Dos Santos, um beijo a todos da família, sigam o caminho e os ensinamentos de sua mãe de sangue e minha mãe de Santo. Iracema morreu no dia 06 de janeiro de 2018
Bom dia! Tem coisas que fazem parte de nossa vida. Tem coisas que se incorporam em nossas recordações e nos trazem boas lembranças, nos trazem histórias e histórias que nos marcam. Estas coisas todas são formadas por pessoas, pessoas que são cultas e nos marcam com suas sabedorias populares, que amam como todos nós amamos, que possui vaidade como toda a mulher possui, as mesmas vaidades que as mulheres das rodas sociais, dos palacetes. Esta pessoa que estou me referindo, é a dona Ilda. Dona Ilda morreu hoje, ou morreu ontem, não sei certo.
Dona Ilda que conviveu anos e anos com todos nós, morreu. Morreu como morrem todos, morreu no meio de sua família, o que ela mais amava e sempre se preocupou na vida. Dona Ilda morreu como morreu o Valter e como morreram outras pessoas. Dona Ilda morreu em 15 de setembro de 2018 e ao publicar em um grupo que participo no WhattsApp, meu amigo Dr. Paulo Moreno disse assim:
- Bah Dirceo, estava operando, vi agora a mensagem sobre a dona Ilda. Que triste, mas faz parte. Fazer o que? Como disse a Fofa, ela, a dona Ilda, foi uma lutadora, com seu estilo próprio, enfrentando tudo, indo contra as previsões, negociando ganhos. Não deixa de ser um exemplo. Que descanse em paz
Quando todos ficam sabendo da morte do Luiz Emilio Sesti Motta, o Gordo, como ele era conhecido, o Fausto disse:
- O Gordo nosso querido amigo acaba de nos deixar! Descansa em Paz depois de longa luta e sua tenaz vontade de viver, de estar conosco! Se foi! Deixa uma imensa saudade e o choro em nossas gargantas!
Sobre o Motta, ainda vou fazer um post especial, onde comentarei nossa amizade, nossos encontros dos “The Crasies”. Ele merece uma atenção especial. Eu farei. Mas antes termino citando Chico Xavier, que postei assim no grupo de WhatsApp
- Gente, a propósito de uma série de acontecimentos, hoje se comemora 16 anos da morte de Chico Xavier, nunca tive ele entre meus mentores de vida, mas disse ele nesse texto escrito sobre a vida:
- A vida na terra é uma passagem, o amor uma miragem, mas a amizade é um "fio
de ouro" que só se quebra com a morte.
Você
sabe?
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A infância passa, a juventude a segue, a velhice a substitui, a morte a
recolhe.
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A mais bela flor do mundo perde sua beleza, mas uma amizade fiel dura para a
eternidade.
Viver
sem amigos é morrer sem deixar lembranças