Os Dez Mandamentos - O Filme
A Cidade Abandonada - http://dirceostona.blogspot.com.br/2015/02/a-cidade-abandonada.html. Desde o último
Carnaval, em fevereiro de 2015, quando nosso carro foi assaltado por meliante
armado em Porto Alegre, eu não havia escrito nada blog.
Não pude resistir. Com o filme "Dez Mandamentos" enchendo
salas e salas de cinemas com crentes e seguidores do Bispo Edir Macedo, tenho
que deixar registrado minha observação crítica de cinéfilo que sou.
Sob os gritos histéricos e aplausos da plateia em cada cena que
aparecia Moisés, o cinema inteiro levantava e aplaudia. Eram gritos
estridentes, uivos de Moisés..... Moisés...... Moisés.....
Uma sala de cinema lotada. Não havia mais
espaço, nenhuma poltrona vazia. O filme se
desenrolava normalmente, passando a vida de Moisés. Confesso
que me surpreendeu a qualidade profissional da produção como filme em si.
Eu não sou conhecedor da Bíblia e tão pouco do Novo Testamento, mas tenho certeza que este fanatismo que assisti e presenciei no cinema é muito perigoso.
Eu não sou conhecedor da Bíblia e tão pouco do Novo Testamento, mas tenho certeza que este fanatismo que assisti e presenciei no cinema é muito perigoso.
Saramago em seu livro, Caim, relembra que "as
guerras de religião que estão na História, nós todos sabemos a tragédia que
foram"
O filme dirigido por Alexandre Avancini e estrelado por Guilherme
Winter, Sérgio Marone e Camila Rodrigues, chega em determinado momento
mudar o 9º mandamento.
Pois pelo que aprendi e sempre foi dito, o nono mandamento das tábuas
que Deus entregou a Moisés, era não desejar a mulher do próximo,
mas no filme em uma pirofagia que grava na montanha mandamento a mandamento, foi
mudado, agora a mulher do próximo pode ser desejada, (segundo minha interpretação) só não pode ser desejada a casa do próximo. (também sei que uns dizem que: NÃO COBIÇARÁS A CASA DO TEU PRÓXIMO, NEM DESEJARÁS SUA MULHER,NEM SEU SERVO, NEM SUA SERVA, NEM SEU BOI, NEM SEU JUMENTO, NEM COISA ALGUMA QUE PERTENÇA A TEU PRÓXIMO"
(Ex 20,17))
(Ex 20,17))
Não pode haver invasão de propriedade segundo Moisés. Esta é outra coisa
que no filme me parece extremamente exagerada e que os seguidores de Moisés no
filme seguem a risca as orientações, tanto que matam e agridem aqueles que não
acreditam em Deus. A lei era uma só. Só pode ficar vivo, quem acredita em Deus
e nenhum outro deus pode ser admirado. Nenhuma estátua pode ser venerada. Isso
é perigoso, porque os crentes tomam como verdade. Os pregadores nos templos da
Universal fazem uma lavagem cerebral naquele povo que hoje lota as salas dos
cinemas e o filme mostra como que se isso fosse a verdade. Os pastores nas
igrejas, na hora da pregação, mais parecem que estão em transi do que levando a
palavra do Senhor. Com o poder de convencimento que possuem, transformam seus
fiéis em verdadeiros rebanhos que levam isso ao pé da letra.
O cinema estava lotado.
Crianças de colo.
Crianças de meia idade.
Famílias inteiras, nunca vi uma coisa igual.
Nunca vi fanatismo tão grande na minha vida. As pessoas se levantavam e
fotografavam a plateia como se isso fosse um troféu para mostrar ao pastor como
que realmente estiveram no filme.
Dezenas destas pessoas com seus celulares filmavam cenas que estavam na
tela para levar para suas casas e mostrarem para os amigos, de que o que o
pastor diz é verdade. "Moisés realmente ao chegar às margens do mar
Vermelho, fez com que às águas se abrissem para a travessia dos judeus, e se fechem
em seguida, afogando os soldados egípcios"
Na parte do filme, onde as águas do mar Vermelho se abrem como em um passe de mágica - o impressionante foi que - as pessoas aplaudiam Moisés como se estivessem em um teatro. Uivavam e gritavam em um histerismo tal, como se estivessem em um campo de futebol. Chegava até ser engraçado, mas fanatismo assim me preocupa e me preocupa muito.
Depois, um amigo meu que também assistiu o filme comigo, chega em casa se depara com o vendaval e a chuva que destruiram Porto Alegre no início do mês de fevereiro, passa achar que tudo é por causa que as cidades estão só pensando em pecados. Tudo, diz ele, são os mesmos tipos de pragas espalhadas por Moisés sobre os egípcios, com uma diferença, aquelas eram grilos e rãs, as de hoje, são os mosquitos da dengue e o temível zica junto com o chikungunya, esta diz ele, tem sido a nova praga espalhada, a praga moderna, enviada por Deus para castigar os pecadores. Complementou, conclamando para que ninguém fosse ao Carnaval, já que carnaval é coisa do pecado, é festa pagã, festa do diabo e é igual aquela festa que os dissidentes de Moisés no filme, fizeram para adorar o bezerro de ouro. Cuidado com o fanatismo, muito cuidado
Na parte do filme, onde as águas do mar Vermelho se abrem como em um passe de mágica - o impressionante foi que - as pessoas aplaudiam Moisés como se estivessem em um teatro. Uivavam e gritavam em um histerismo tal, como se estivessem em um campo de futebol. Chegava até ser engraçado, mas fanatismo assim me preocupa e me preocupa muito.
Depois, um amigo meu que também assistiu o filme comigo, chega em casa se depara com o vendaval e a chuva que destruiram Porto Alegre no início do mês de fevereiro, passa achar que tudo é por causa que as cidades estão só pensando em pecados. Tudo, diz ele, são os mesmos tipos de pragas espalhadas por Moisés sobre os egípcios, com uma diferença, aquelas eram grilos e rãs, as de hoje, são os mosquitos da dengue e o temível zica junto com o chikungunya, esta diz ele, tem sido a nova praga espalhada, a praga moderna, enviada por Deus para castigar os pecadores. Complementou, conclamando para que ninguém fosse ao Carnaval, já que carnaval é coisa do pecado, é festa pagã, festa do diabo e é igual aquela festa que os dissidentes de Moisés no filme, fizeram para adorar o bezerro de ouro. Cuidado com o fanatismo, muito cuidado